Letreiro Digital

JEFSON PINHEIRO Cel.Oi 8838-5692 Tim 9952-6091

Baner E-mail

Barragem Arrojado Lisboa, do Açude Banabuiú


AÇUDE BANABUIÚ

wpe87.jpg (65173 bytes)   


DESCRIÇÃO GERAL
       A barragem Arrojado Lisboa, do Açude Banabuiú, está localizada no município de Banabuiú, estado do Ceará, a cerca de 230 km de Fortaleza. Barra o rio Banabuiú, pertencente ao sistema do rio Jaguaribe.   A  sua  bacia  hidrográfica  cobre uma área de 13.500 km2.
       Tem como finalidades: irrigação das terras  do Baixo  Jaguaribe,  onde se  destaca o  Projeto de  Irrigação Morada Nova,  com cerca de 10.000 ha irrigáveis; controle das cheias do rio Banabuiú; piscicultura e aproveitamento das áreas de montante. Projetada e construída pelo  DNOCS,   com a  participação  do consultor Professor  Casemiro José  Munarski  e do  Laboratório    Hidrotécnico Saturnino de Brito.
       O início de sua construção data de 1952, sofrendo uma série de paralisações. Em 1963 os serviços foram reiniciados em ritmo acelerado, sendo concluídos em 1966. Como obra de desvio foi feito um canal provisório, no próprio leito do rio.
ARRANJO GERAL
       A barragem Arrojado Lisboa é constituída de um maciço de terra zoneado, com  um  núcleo central  impermeável,   zonas  de transição para montante e jusante, esta última recoberta por enrocamento.  O projeto  inicial  previa  o  coroamento na cota 151, com uma largura de 12 m e taludes de 1 V:3H para jusante e montante.  Em  novo projeto, utilizado na   construção,  a  cota   do coroamento baixou para 146, permanecendo, entretanto, com a mesma largura. Os taludes foram modificados para 1 V:2,5H, tanto para montante como para jusante. O motivo principal da alteração  deveu-se às  dificuldades   de  se obter   grandes  volumes  de material de empréstimo a distância razoável da obra.
       A barragem auxiliar é zoneada, com um núcleo impermeável protegido por uma zona de material qualquer.
       A fundação da barragem tem em sua parte  de  montante  uma trincheira  de  vedação ("cut-off"), construída  de  material impermeável, depois da retirada da camada de sedimento permeável que cobre a superfície da rocha. Foi feito um tratamento da fundação com injeções de cimento, em três linhas. No pé do talude de montante do "cut-off " foi embutida uma mureta de concreto armado, cuja elevação tinha altura variável, acima de 1,20 m.
       O maciço da barragem compreende quatro zonas de materiais diversos, a saber:
  • material silto-argiloso do núcleo, zona 1;
  • areia, zona 2;
  • randon, zona 3;
  • enrocamento, zona 4.
wpe88.jpg (31914 bytes)
Fig. 2- Arranjo geral
wpe89.jpg (18665 bytes)
Fig. 3 - Seção transversal no leito do rio
wpe1.jpg (19003 bytes)
Fig. 4 - Tomada d´água - seção transversal
wpe2.jpg (13612 bytes)          wpe3.jpg (13275 bytes)
Fig. 5 - Galeria - seção transversal Fig.6 - Curvas cota x área x volume
       O  material  da  zona 1,  núcleo,  consiste de uma  mistura de argila, silte,  areia e pedregulho,  obtido  da  escavação  dos empréstimos.Tendo em vista prevenir o aparecimento de "piping", de corrente de possível permeabilidade do núcleo, em virtude da grande percentagem de pedregulho existente no material do mesmo, foi introduzido no maciço um dreno inclinado de areia com 10 m de espessura até a cota 116 e daí para   cima com cinco metros.
       O material da zona 2, areia, que constitui o dreno inclinado, foi colocado em camadas horizontais, saturadas e compactadas pela passagem de trator de esteiras, tipo D-8.
       O material da zona 3, designado como randon, foi obtido de pedreiras situadas a 300 ou 400 m a montante e jusante da obra. Tal rocha, um quartzito alterado, desagregado na barragem pela passagem de trator de esteira, constituiu-se a transição entre o núcleo e o enrocamento da zona 4.
       O material da zona 4 é enrocamento proveniente de rocha sã, resistente à abrasão, lançado de modo a assegurar uma distribuição uniforme e com os fragmentos menores preenchendo os vazios entre os fragmentos maiores.
       O vertedouro é constituído de um paramento em perfil Creager. Tem uma largura total de 102 m, dividida em 6 vãos por pilares espaçados de 17,5 m de eixo a eixo, com vão livre de 90 m. O canal vertente termina por um salto de esqui. O controle da vazão é obtido por meio de comportas móveis de setor, utilizando como equipamento auxiliar  um jogo  de "stop-log", acionado independentemente por guinchos montados num passadiço metálico.
       A tomada d'água é constituída por uma galeria dupla, revestida com tubos de aço de 7/8" de espessura e diâmetro interno de 3 m. Na extremidade de jusante foram montadas duas válvulas dispersaras e na extremidade de montante duas comportas, acionadas por um sistema hidromecânico instalado na torre de manobra, A torre é uma estrutura de concreto armado com altura de 51 m.
GEOLOGIA
       As ombreiras e a fundação são formadas por xistos Pré-cambrianos pertencentes à série Ceará. Predominam quartzitos micáceos e estaurolita-grafito-xisto, estruturados em franco de dobramento, ladeado tanto a montante como a jusante por migmatitos.
HIDROLOGIA
       O regime das chuvas foi definido através dos dados das estações pluviométricas localizadas na bacia hidrográfica do açude, abrangendo o período de 1912 a 1934. Determinaram-se os escoamentos a partir de dados limnimétricos, medições de descarga e o emprego das fórmulas empíricas do Engº. Francisco Aguiar.
CONSTRUÇÃO
        A construção da obra teve início em 1952, com a instalação do canteiro, acampamento e estradas de acesso.      Em  1953  começaram  a abertura, limpeza e tratamento da fundação. A obra teve andamento normal até 1960, quando os seus construtores lutaram arduamente para que a barragem não fosse ultrapassada pelas águas, uma vez que a única passagem de descarga para o volume afluente era a galeria da tomada d'água.  Como obra de desvio foi feito um canal provisório, na cota do leito do rio, confinado entre o corpo da galeria e a ombreira esquerda.  Um  segundo desvio  foi feito na cota  128, local que  corresponde    à barragem auxiliar. A elevação do maciço evoluiu em ritmo acelerado, porém sem controle de compactação, conseguida apenas pela passagem dos equipamentos de transporte. A seção foi estrangulada. Essa elevação deu-se a partir da cota 114 e atingiu a cota 121. Foi construído,  também,  um vertedouro de emergência no próprio corpo da barragem.
       Superada a cheia, os trabalhos retomaram seu ritmo normal, ainda em seção reduzida, tendo sido retirado o prisma de material antes colocado em caráter emergencial. A abertura do vertedouro foi fechada. No local previsto para o vertedouro foi feito um corte até a cota 128, com 10 m de largura, pelo qual pudesse sangrar o reservatório numa emergência, nesta nova fase da construção. A esta altura, a galeria já estava concluída.
      Em 1961, novas chuvas preocuparam os construtores da barragem. Entretanto, a galeria proporcionou vazão  suficiente  para  garantir   a integridade da obra. Em conseqüência do rebaixamento rápido do nível d'água, houve o escorregamento do talude de montante. Devido a este deslizamento a seção tipo foi reajustada. Os serviços, reiniciados em 1963, foram concluídos em 1966.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR, Francisco Gonçalves de. Estudo hidrométrico do Nordeste brasileiro (Excertos), B. Técnico. Fortaleza,
DNOCS, 36 (2): 129 - 204, jul,/dez. 1978.
                DNOCS. 2. D.R, Arquivo Técnico. Processos do Açude
        Banabuiú. S.n.L
                MACÊDO, Maria Vilalba Alves de. Caracteristicas físicas e técnicas dos açudes públicos do Estado do Ceará.
        Fortaleza, DNOCS, 1977.132 p.
                SUDENE, Apresentação e síntese. inf.  Estudo geral de base do Vale do Jaguanbe. Recife, 1967, v. 1.
CARACTERÍSTICA TÉCNICAS
CAPACIDADE1.700.000.000m³GUINCHOS DE ACIONAMENTO
LOCALIZAÇÃOBanabuiúQUANTIDADE6 jogos
SISTEMAJaguaribeCARGA DE LEVANTAMENTO35t
RIOBanabuiúVELOCIDADE DE LEVANTAMENTO E LEVANTAMENTO0,15m/min
BACIA HIDROGRÁFICA13.500Km²ALTURA DE LEVANTAMENTO8m
BACIA HIDRÁULICA (COTA 142,5010.200haALIMENTAÇÃO ELÉTRICA440v - 60hz
PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL791,mmOPERAÇÃOTrifásico no Local
DESCARGA MÁXIMA5.200m³/sSTOP - LOG
VOLUME AFLUENTE ANUAL MÉDIO784.097.100m³QUANTIDADE1(um) jogo com 5(cinco) painéis intercambiáveis Por Talha Elétrica
BARRAGEM PRINCIPAL
ACIONAMENTO
TIPOTerra ZoneadasPASSADIÇO
ALTURA57,70mEXTENSÃO104,40m
LARGURA MÁXIMA DA BASE310mLARGURA6,50m
EXTENSÃO PELO COROAMENTO824mPROLONGAMENTO11,76m
LARGURA DO COROAMENTO12mLARGURA DO PROLONGAMENTO4,80m
VOLUME DE ATERRO4.500.000m³
TOMADA D´ÁGUA
BARRAGEM AUXILIAR
GALERIA2
TIPOTerra ZoneadasEXTENSÃO310m
ALTURA21,70mDIÂMETRO3m
LARGURA MÁXIMA DA BASE106,80m
VÁLVULA DISPERSORAS
EXTENSÃO PELO COROAMENTO141mDIÂMETRO1.500mm
LARGURA DO COROAMENTO6mABERTURA MÁXIMA300mm
VERTEDOURO
EMPUXO MÁXIMO95,4t
LARGURA TOTAL102mVAZÃO  MÁXIMA20m³/s
LARGURA ÚTIL90mTEMPO DE MANOBRA120seg
REVANCHE13,20mACIONAMENTOLocal, Eletrodo ou Manual
VOLUME DO CORTE80.000m³
DESCARGA MÁXIMA PREVISTA5.200m³
COMPORTAS
TIPOSetor
QUANTIDADE6
DIMENSÕES15m x 9m
PESO37t/comporta
ACIONAMENTOManual e Elétrico
       

Nenhum comentário:

Postar um comentário